RJ registra 1º caso suspeito de intoxicação por metanol; entenda riscos, sintomas e o que fazer

O que aconteceu
O Ministério da Saúde informou, no sábado (4), o primeiro caso suspeito de intoxicação por metanol no estado do Rio de Janeiro. O registro aparece no boletim nacional que acompanha o surto ligado a bebidas alcoólicas adulteradas. No mesmo informe, o ministério contabilizou 182 casos suspeitos e 14 confirmados no país até aquela data.

Situação no Brasil e resposta do governo
Diante da escalada de notificações, o governo federal instalou a Sala de Situação Nacional para Intoxicação por Metanol, que integra Ministério da Saúde, Anvisa, Fiocruz, redes estaduais e outros órgãos para monitorar casos, orientar diagnóstico e padronizar o tratamento. Em paralelo, foram reforçados os estoques de antídotos no SUS: etanol farmacêutico e fomepizol (usado em quadros graves). A Força Aérea Brasileira tem feito a logística de transporte de antídotos e equipes para acelerar o atendimento. No RJ, o Hospital Federal de Anchieta foi destacado como referência para apoio às redes estadual e municipais.

Ação policial no RJ
Enquanto a saúde pública atua no atendimento, a Polícia Civil do Rio intensificou operações contra a venda de bebidas suspeitas. Em uma grande apreensão, milhares de garrafas foram recolhidas na capital; a Secretaria de Saúde estadual também instalou sua própria sala de situação.

O que é o metanol e por que é perigoso
O metanol é um álcool industrial tóxico. Diferente do etanol (álcool comum das bebidas), pequenas quantidades de metanol podem causar cegueira, lesões neurológicas e morte. O problema ocorre quando destilados (como “vodca”, “uísque” ou “gin” vendidos irregularmente) são adulterados com metanol para reduzir custo.

Sintomas: quando desconfiar
Os sinais geralmente aparecem 12 a 24 horas após o consumo de bebida suspeita e podem incluir:
• dor de cabeça intensa, tontura, visão turva ou “manchas” na visão;
• náusea, vômitos, dor abdominal;
• sonolência, confusão, falta de ar — e, nos quadros graves, coma.

O que fazer (passo a passo) se houver suspeita

  1. Procure atendimento de urgência imediatamente. O tratamento é mais eficaz nas primeiras horas.
  2. Leve a embalagem (mesmo vazia) e informe onde e quando a bebida foi comprada e consumida.
  3. Não induza vômito e não beba leite/“caseiros”; isso não neutraliza o metanol.
  4. No serviço de saúde, peça para acionarem o CIATox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica) para orientação clínica e notificação.

Como se prevenir (recomendações oficiais)
– Evite bebidas destiladas neste momento em locais sem total confiança; a pasta da Saúde reforçou essa recomendação preventiva durante o surto.
– Se consumir, verifique rótulo, lacre de segurança e selo fiscal; desconfie de preço muito abaixo do mercado e de embalagens sem procedência.
Não compre bebidas fracionadas, a granel ou de vendedores informais.

Perguntas rápidas

A intoxicação passa de pessoa para pessoa?
Não. O risco está no consumo da bebida adulterada.

Existe antídoto?
Sim. Etanol farmacêutico e fomepizol são usados em regime hospitalar, com suporte intensivo e, quando indicado, hemodiálise. O Ministério da Saúde ampliou o fornecimento desses insumos à rede pública.

O RJ está preparado?
O estado integra a estratégia nacional com referência hospitalar para apoio às redes locais e recebe lotes de antídotos. A Polícia Civil segue fiscalizando e apreendendo bebidas suspeitas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *