Nesta segunda-feira (19), o principal índice da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, atingiu um novo recorde histórico ao superar temporariamente os 140 mil pontos durante o pregão, refletindo uma combinação de fatores internos e externos que influenciaram o mercado financeiro.
O índice encerrou o dia aos 139.636 pontos, com uma alta de 0,32%. Durante a tarde, por volta das 14h30, o Ibovespa chegou a 140.200 pontos, alcançando o maior nível já registrado desde sua criação. Apesar de desacelerar nas horas seguintes, o índice manteve o fôlego positivo e renovou o recorde de fechamento pela terceira sessão consecutiva.
Entre os principais motivos que impulsionaram o desempenho da bolsa está o ambiente de instabilidade nos Estados Unidos, provocado por um rebaixamento da nota de crédito da dívida pública americana pela agência Moody’s. A classificação, que anteriormente era de triplo A, foi revista para baixo, afetando a confiança de investidores globais.
Essa reavaliação gerou um efeito dominó nos mercados internacionais, favorecendo mercados emergentes como o Brasil, que passaram a atrair maior volume de investimentos.
Dólar tem leve queda e fecha abaixo de R$ 5,66
No mercado de câmbio, o dia também foi marcado por volatilidade. O dólar comercial fechou cotado a R$ 5,655, com recuo de R$ 0,014, o equivalente a uma queda de 0,25%. A moeda norte-americana chegou a abrir o pregão em alta, mas inverteu a tendência com a abertura dos mercados dos Estados Unidos, que ainda repercutiam negativamente a perda do grau de excelência na avaliação da dívida federal.
Com o resultado, o dólar acumula queda de 0,38% em maio e retração de 8,49% no acumulado de 2025.
Além do rebaixamento norte-americano, o mercado repercutiu falas do presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, que indicou que não há previsão de corte na Taxa Selic enquanto as expectativas de inflação de médio prazo não estiverem totalmente ancoradas. A taxa atualmente está em 10,50% ao ano.
A postura do BC, vista como conservadora e responsável, contribuiu para manter a atratividade dos ativos brasileiros, uma vez que juros mais altos em relação a outras economias favorecem o fluxo de capital estrangeiro para o país, especialmente em momentos de instabilidade internacional.
Cenário global: dólar perde força e moedas europeias sobem
A aversão ao risco desencadeada pelo rebaixamento da Moody’s também influenciou o desempenho do dólar no cenário internacional. A moeda americana perdeu valor frente a diversas divisas globais, embora o comportamento não tenha sido uniforme.
Enquanto moedas como o euro e a libra esterlina apresentaram valorização nesta segunda-feira, o real brasileiro também conseguiu ganhos, graças à combinação entre os juros domésticos elevados, estabilidade fiscal relativa e a percepção positiva sobre o mercado acionário local.
Fonte: Agência Brasil