A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) projeta que o estado receba R$ 534 bilhões em investimentos até 2027, somando recursos públicos e privados. Desse total, o Norte Fluminense pode concentrar cerca de R$ 5,3 bilhões, especialmente em infraestrutura e projetos ligados ao setor offshore.
De acordo com o Panorama dos Investimentos da Firjan, o levantamento contempla dados de mais de mil projetos em andamento ou planejados. Só na área de infraestrutura, os municípios da região devem receber aproximadamente R$ 4,7 bilhões em obras de ampliação, adequação e manutenção. Entre os destaques estão a reforma da RJ-238 (Estrada dos Ceramistas, em Campos dos Goytacazes), a ponte da Integração, que liga Campos, São João da Barra e São Francisco de Itabapoana, além de melhorias em estradas vicinais.
No setor offshore, os investimentos articulados chegam a R$ 257 bilhões no triênio, reforçando a importância da cadeia de óleo e gás para a economia da região. A projeção abrange cidades como Campos dos Goytacazes, São Francisco de Itabapoana, São João da Barra, Cambuci, São Fidélis, Casimiro de Abreu, Macaé, Carapebus e Rio das Ostras.
O presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, destacou que o panorama é uma ferramenta para orientar o planejamento estadual, mas alertou para os riscos da redução de incentivos fiscais, que podem colocar o Rio em desvantagem competitiva em relação a outros estados. “Os investimentos e o desenvolvimento estarão ameaçados se houver a diminuição desses incentivos”, afirmou.
A preocupação também é compartilhada pelo Cidennf (Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento do Norte e Noroeste Fluminense), que reúne 21 cidades das duas regiões. Segundo o presidente do consórcio e prefeito de Italva, Leonardo Orato Rangel (Leo Pelanca), a queda de arrecadação no segundo semestre de 2025 já levou gestores a adotar medidas de contenção de despesas e reestruturação administrativa. O consórcio estuda soluções conjuntas para ampliar o acesso a recursos estaduais e federais, especialmente em tempos de maior dificuldade econômica.
Com os números da Firjan, o Norte Fluminense reforça sua posição como polo estratégico de investimentos, mas ainda enfrenta desafios ligados à arrecadação e à competitividade fiscal frente a outros estados.
